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08 julho 2012

Osamu Tezuka




  1. Osamu Tezuka (手塚 治虫?) (Toyonaka, Japão; 3 de novembro de 1928 — Tóquio; Japão, 9 de fevereiro de 1989) foi um mangaká (desenhista de mangás) que influenciou muito esse estilo. Por isso, é lembrado por muitos no Japão como o “pai do mangá moderno”. Biografia Sua grande produtividade e suas técnicas e gêneros pioneiros transformaram o mundo das histórias em quadrinho no Japão. Ele não é o inventor dos mangás, ele é o autor que os popularizou. O desenho de Tezuka é facilmente identificável: o traço é claro, as imagens, simples, o enquadramento cinematográfico e o humor têm sempre seu lugar. O autor nunca hesita em se colocar em cena, com sua silhueta reconhecível principalmente por sua boina e seus óculos grossos. Ele, no entanto, não se coloca sempre em bons papéis e é expulso de cena às vezes. Uma indicação de sua produtividade: a sua obra completa publicada no Japão reuniu cerca de 400 volumes, mais de 80.000 páginas (na verdade, sua obra completa chega a mais de 700 mangás com mais de 150.000 páginas).[1][2] A grande maioria dessas obras nunca foi traduzida do original japonês e continua inacessível aos leitores do Ocidente. Infância Nascido em Toyonaka, distrito de Osaka, a família mudou-se para Takarazuka quando ele tinha apenas cinco anos. Seus pais estimulavam muito a criatividade dos filhos (ele tinha um irmão e uma irmã mais novos). Sua mãe levava-os para concertos e para as peças do famoso Teatro de Takarazuka e seu pai tinha um projetor de filmes em que exibia, por exemplo, O Marinheiro Popeye, Betty Boop e Mickey Mouse. Influenciado por animações da Max Fleischer e Walt Disney, mais tarde Osamu diria que assistiu à Bambi mais de 80 vezes. Já nessa época ele fazia histórias em quadrinhos e criava personagens, muitos dos quais baseados em seus amigos e professores, ou, como o Higeoyaji, baseado em um desenho que um amigo fez do próprio pai. Quanto aos amigos, se inicialmente ele tinha problemas com as crianças da mesma idade, pouco depois participava dos clubes de história, geografia e música na escola e chegou mesmo a criar um clube para estudos sobre insetos. Ao andar pelos campos de Takarazuka para recolher e estudar insetos, ele adquiriu o senso de preservação do meio ambiente que apareceria posteriormente. Quando se iniciou a Segunda Guerra Mundial, Osamu tinha onze anos e acabou trabalhando em uma fábrica nos anos finais desta. A guerra marcaria sua visão de mundo e a paz e o apreço à vida se tornariam valores defendidos por ele em suas obras. Início da carreira à consagração Em 1945, então com dezessete anos, Osamu se iniciou como médico na Universidade de Osaka. E nessa época conhece Sakai Shichima que pouco depois, pede para ele desenhar um mangá em formato akabon (livro vermelho do tamanho de um cartão postal) baseado na história escrita por Sakai, Shin Takarajima (Nova Ilha do Tesouro), que acabou vendendo 400.000 cópias e trazendo alguma fama a Tezuka.[5] Mas o início de sua carreira como desenhista de mangá se dá em 1946, um ano antes da publicação de Shin Takarajima, quando ele começa a escrever a yonkoma O Diário de Ma-chan no jornal Shokokumin Shimbun (Jornal das crianças da escola de Mainichi). Tendo realizado ainda alguns trabalhos em Osaka, Tezuka resolveu mudar-se para Tóquio onde achava que seria mais fácil publicar suas próprias obras. Teve suas expectativas frustradas até que um amigo lhe ofereceu uma chance e em 1950 surgia Jungle Taitei (Kimba, o Leão Branco, no Brasil). A partir do sucesso de Kimba, pôde publicar outros sucessos sem tantas dificuldades e acabou chegando à Tetsuwan Atom (conhecido também por Astro Boy), sua obra mais famosa. O sucesso foi tanto que resolveu realizar um antigo sonho: fazer uma animação nos moldes das animações de Walt Disney. Formou um estúdio próprio em 1961, com o nome de Tezuka Osamu Production, depois chamado Mushi Production, e criou a série de desenho animado de Atom, uma das primeiras animações da televisão japonesa, que daria origem a uma explosão de animações (ou animes). Na vida pessoal, se formou como médico em 1951 e apesar de alguma dúvida manteve seu foco em gibis. Oito anos depois casou-se com Okada Etsuko, com quem teria um filho e duas filhas. Já firmado e famoso como artista, Tezuka procurou divulgar os quadrinhos japoneses ao redor do mundo e aumentar as relações entre os autores de diversos países, foi assim que conheceu o francês Moebius e se tornou amigo pessoal do cartunista brasileiro Maurício de Sousa[7]. Com dores no abdomên, Tezuka foi internado e acabou morrendo de cancêr de estômago aos sessenta anos, em 1989. Mangás e animes Essa lista traz apenas as obras de maior destaque do autor. Os anos citados ao lado de cada título referem-se ao período de serialização de cada mangá. Ma-chan no Nikkichou (O Diário de Ma-chan), 1946. A estréia de Tezuka como desenhista profissional de mangá se deu com essa tira no jornal Shokokumin Shimbun em Osaka. Ele tinha dezessete anos quando começou a publicar as tiras. Shin Takarajima (Nova Ilha do Tesouro), 1947. Este é o mangá que tornou Tezuka famoso no Japão. É uma história de ação sobre um menino chamado Pete que acha o mapa de um tesouro e parte em busca deste. Baseado no livro de seu amigo do grupo de mangakás de Kansai. Seu estilo ocidental e sua narrativa inovadora atraíram muita atenção e o tornaram um best-seller com 400.000 cópias vendidas abrindo terreno para a mania de mangá e seu estilo moderno. Jungle Taitei (Kimba, o Leão Branco) 1950—54. Mais conhecido no Ocidente como Kimba, o Leão Branco, este mangá estabeleceu uma das mais icônicas criações de Tezuka. Sua primeira obra seriada de longa duração segue as aventuras de Leo, o leão, e sua tentativa de suceder seu pai, morto por um caçador, como rei da selva. Em 1965, a Mushi Productions fez uma série animada baseada no mangá, a primeira animação colorida da televisão japonesa. Alguns fãs são de opinião que a história foi plagiada pela Walt Disney Company em 1994 como O Rei Leão e que Tezuka nunca recebeu crédito da Disney pela criação, muito menos dinheiro. Tetsuwan Atom (Astro Boy), 1952—68. A seqüência de Captain Atom faz de Astro Boy o personagem principal. Eventualmente, esta se tornaria a mais famosa criação de Tezuka. Em 1963, Astro Boy estréia como o primeiro programa comercial animado da televisão japonesa. O programa semanal de trinta minutos obteve altos índices de aprovação do público e da crítica, e gerou a primeira mania de anime no Japão. No Brasil somente a versão de 2003 foi exibida. Diversas outras séries de Astro Boy têm sido feitas desde então. Ribbon no Kishi (A Princesa e o Cavaleiro), 1953—56. Título que relata as desventuras da Princesa Safire, que precisa fingir ser um homem por que o trono da Terra de Prata só pode ser ocupado por homens. O mangá tem forte inspiração nos temas e estilos dos musicais do Teatro de Takarazuka a que Tezuka assistia em sua juventude.[9] O próprio Ribbon no Kichi criou um gênero inédito no mundo, o de quadrinhos que tem como público alvo as meninas (chamado shojo) e estabeleceu muitos dos temas dos shoujos posteriores. Foi transformado em anime em 1967 e exibido no Brasil entre 1973 e 1984, com enorme sucesso. Hi no Tori (Pássaro de Fogo/Phoenix), 1956—1989. A obra mais profunda e ambiciosa de Tezuka, lidando com a busca do homem por imortalidade, estende-se do passado distante ao futuro longínqüo. Continua inacabada. Black Jack, 1973—83. A história de Black Jack, um talentoso cirurgião que cobra enormes quantias para realizar cirurgias. Este é o mais longo trabalho de Tezuka. A obra recebeu o Japan Cartoonists' Association Special Award em 1975 e o Koudansha Manga Award em 1977. Buddha (Buda), 1974—84. A visão de Tezuka da vida de Buda. A série é aclamada como sendo retrato fiel da época de Buda, apesar das liberdades criativas que Tezuka dá a si mesmo. Adolf ni Tsugu (Os três Adolfs), 1983—85. Um mangá que se passa pouco antes da Segunda Guerra Mundial, centrado em três pessoas com o nome Adolf: um judeu, um alemão, e o próprio Adolf Hitler. Magma Taishi, 1966–1967. Primeiro Tokusatsu colorido. Entre outras animações produzidas por Osamu e exibidas com sucesso no Brasil podemos citar: Don Drácula, Visitantes do Espaço (também conhecido como Os Três Espaciais) e Jet Marte - O Menino Biônico (uma variação high-tech do Astro Boy).

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